Comunicação Comunitária: do papel ao virtual
Marta Regina Maia
Comunicação comunitária: canal de irrigação do movimento rural
Se os homens solidários não
vigiarem, bem podem se transformar
em mecânicos operadores de sistemas
complexos de informação.
As tecnologias disponíveis, em veloz superação,
demandam um projeto educativo
para alimentar a plenitude
da inteligência natural.
Que os homens vivos soprem ventos a
favor nas infovias do futuro
(Franco Levi)
O advento das novas tecnologias, em especial das tecnologias da informação, percorre um intenso e extenso trajeto de dúvidas e incertezas que tentam alcançar reconfigurações teóricas a partir das possibilidades que estas aparecem revestidas. Mais do que repensar teoricamente as modificações intelectuais que elas podem propiciar é interessante pensá-las a partir do “espaço” daqueles que têm pouco acesso a rede mundial de computadores: o movimento popular, compreendendo este como espaço singular de desenvolvimento de processos midiáticos e culturais.
Traduzindo esta discussão para a geografia latino-americana pode-se desenhar um mapa complexo, sem contornos definidos, sombreado pela modernização cultural e desigualdades sócio-econômicas profundas. Este caminho, carregado de ambigüidades, deve considerar que o percurso de construção destas sociedades é sinuoso, permeado de entradas conservadoras com saídas revolucionárias, entradas revolucionárias com saídas conservadoras, enfim, um labirinto no qual tudo pode acontecer. No interior desse campo cultural vale considerar como o movimento popular re-organiza-se.
“Reconceitualização da cultura que nos confronta com essa outra experiência cultural que é a popular, em sua existência múltipla e ativa não apenas na memória do passado, mas também na conflitividade e na criatividade atuais. Pensar os processos de comunicação neste sentido, a partir da cultura, significa deixar de pensá-los a partir das disciplinas e dos meios. Significa romper com a segurança proporcionada pela redução da problemática da comunicação à das tecnologias.”1
O final do século XX, denominado por Hobsbawm como a Era do Desmoronamento, revela uma situação de crise, de incerteza, mas, como toda crise, traz consigo possibilidades de mudanças. Essas possibilidades podem ser potencializadas por agentes solidários e sonhadores. Mesmo que o século XX tenha sido “o século mais assassino de que temos registro, tanto na escala, freqüência e extensão da guerra que o preencheu, mal cessando por um momento na década de 1920, como também pelo volume único das catástrofes humanas que produziu, desde as maiores fomes da história até o genocídio sistemático”2, ele é também o momento em que se vive, e a ação, portanto, deve acontecer no presente para que o futuro possa incluir em seu conteúdo os atuais excluídos.
A ampliação da circulação das informações, proporcionada pelas novas tecnologias, coloca a questão da participação do indivíduo não só como receptor, mas também como produtor, como “alimentador” da produção cultural. O hipertexto, condição intelectual já presente no ser humano e materializado pelas novas tecnologias multimídias, expressa uma inovação que pode contribuir expressivamente para a ampliação das vias de acesso cognitivas do ser humano. O computador multimídia, mesmo sendo uma expressão material de uma racionalidade desenvolvida, provoca uma ruptura com a leitura linear que essa mesma racionalidade tenta impor. Se o cérebro trabalha por intermédio de associações – de maneira hipertextual – trata-se agora de utilizar uma ferramenta que estabelece uma interface mais direta com este modo do pensar-agir.
A concepção de passividade, estimulada principalmente pelos adeptos da Escola de Frankfurt, rompe-se ao verificar que a população influencia os chamados meios massivos de comunicação. O popular está presente na chamada indústria cultural, até como uma necessidade de mercado, entretanto o que interessa nesta afirmação é mais o diagnóstico de que há uma transposição de valores no processo de produção do que uma análise da conseqüência dessa troca.
A proposição de um diagnóstico baseado mais na incerteza do que na verdade absoluta, deriva de uma leitura social que busca na relação com o outro a fonte de pesquisa, estabelecendo uma equação pesquisador-sujeito com o sujeito da pesquisa e não a relação pesquisador-sujeito com o objeto da pesquisa. A preocupação central com o ser humano, entretanto, não desqualifica as relações entre forças políticas em luta pela hegemonia:
“Temos presente que neste tempo de disseminação pós-moderna e descentralização democratizadora também crescem as formas mais concentradas de acumulação de poder e de centralização transnacional da cultura que a humanidade conheceu. O estudo das bases culturais heterogêneas e híbridas desse poder pode levar-nos a entender um pouco mais sobre os caminhos oblíquos, cheios de transações, pelos quais essas forças atuam. Permite estudar os diversos sentidos da modernidade não apenas como simples divergências entre correntes, mas também como manifestação de conflitos não resolvidos”.3
É neste contexto que é possível pensar qual a relação entre as novas tecnologias e o movimento popular. Se algumas pesquisas já começam a avançar no campo da cultura de massa, incluindo nestes estudos não só o que as massas produzem, mas também “o que consomem, aquilo de que se alimentam”, como diz Jesús Martín-Barbero. Neste contexto é conveniente pensar na relação entre o movimento popular e a Internet.
“Assim, pensar as tecnologias a partir da diferença cultural não tem nada a ver com qualquer tipo de nostalgia ou inquietação diante da complexidade tecnológica ou da abstração da mediação de massa, nem com a segurança voluntarista sobre o triunfo do bem. As tecnologias não são meras ferramentas transparentes; elas não se deixam usar de qualquer modo: são em última análise a materialização da racionalidade de uma certa cultura e de um ‘modelo global de organização do poder’.
É possível, contudo, uma reconfiguração, se não como estratégia, pelo menos como tática, no sentido que a palavra tem para Certeau: o modo de luta daquele que não pode se retirar para seu lugar e assim se vê obrigado a lutar no terreno do adversário.”4
As novas tecnologias possibilitam uma quantidade infindável de atividades, entretanto o acesso ainda é muito restrito. No Brasil, o número de usuários ainda é muito pequeno, cerca de 2 milhões, representando 1,3% da população. Nos Estados Unidos? 30%, segundo dados do Ibope. Numa análise mais detalhada, ainda de acordo com a pesquisa do Instituto, verifica-se que a penetração da Internet nas faixas D e E é de 4%, já as chamadas classes A e B representam 85%. Isto significa que todos os projetos que buscam democratizar o acesso à informática podem contribuir para reduzir esta diferença, já que não é possível esperar medidas governamentais nesse campo. Vale destacar o trabalho realizado pelo Comitê pela Democratização da Informática, com ramificações em várias cidades do país.
A Internet pode representar então um importante meio de troca entre os setores organizados da sociedade. Esta proposta é colocada como possibilidade porque esta ferramenta tem um potencial inexplorado por estas organizações. Como possibilidade, apresenta uma perspectiva de interação que até então a forma tradicional de comunicação não consegue estabelecer. Se não é possível generalizar, por falta de pesquisas sistematizadas sobre este tema – que de certa forma é recente -, é possível trazer a tona um olhar sobre duas comunidades de assentados localizadas no município de Sumaré, interior de São Paulo, que há três anos vêm tendo contato mais direto com a informática, por intermédio de uma parceria com a Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep.
Comunicação Comunitária: A linguagem do saber local
“Nós recebemos muitas visitas de estrangeiros
e eu disse pra eles que logo eu estaria falando
com eles pela Internet,
pois mesmo sem ter estudo
a gente quer interagir com a sociedade.
A gente tem que entender
o mistério da Internet“.
(João Calixto – Assentado)
A grande concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos grupos econômicos no Brasil dificulta a tentativa de compartilhar informações, pois estes grupos estão balizados por um modelo de comunicação tradicional em que a transmissão de informações é unilateral. Para tentar romper com este modelo de mão única é que surge a proposta de criação da comunicação comunitária, feita pelos próprios moradores do local, contando com o apoio de órgãos não governamentais, grupos organizados, entidades e instituições de ensino.
Para a consecução desta proposta estão sendo realizadas várias reuniões com os integrantes das comunidades rurais em questão para que eles possam expressar as suas necessidades e assim evidenciar o potencial de produção e criação dos envolvidos. Esta proposta está sendo viabilizada nos Assentamentos 1 e 2 da área rural de Sumaré. Caminhar para o futuro com os pés fixos na terra e a cabeça voltada para novas idéias. Objetivo de quem sonha e busca vida nova. São assentados com 17 anos de história, de batalha, de crença na reforma agrária. São 70 famílias vivendo em uma área de 400 hectares, dividida em terras agricultáveis, mananciais, reservas ambientais e duas agrovilas. Nada mal para uma região que antes era apenas um horto florestal, com a terra imprestável devido a plantação de eucaliptos. Com muita disposição para encarar novos projetos, eles aceitaram a parceria com a Universidade e resolveram viajar nas infovias do futuro.
Em 1998 o assentamento recebeu um Pentium II, impressora, scanner, bolsistas, professores e uma proposta: colocar os assentados na rede. Já são três anos de aulas, treinamento e produção do Jornal da Terra impresso, com versão para a Internet (a versão on line não mais se encontra disponível) que já tem possibilitado alguns contatos para estes pequenos agricultores. A segunda etapa do projeto, iniciada em agosto de 2000, deu início ao processo de formação dos correspondentes populares que, tanto elaboram textos para o jornal on-line do Assentamento, quanto produzem o jornal impresso, além de materiais específicos de interesse das comunidades. Eles também estão tendo a formação na área fotográfica para que possam registrar os principais momentos do cotidiano.
A garantia de que o resultado é bastante proveitoso é fornecida por quem transforma-se em usuário, como o caso de Eunice Cândido da Silva Gomes, a Nice:
“Foi a primeira vez que tive contato com computador. Eu adorei a experiência, o problema é a falta de tempo, mas eu não tive dificuldades. Algumas mulheres acham que não precisam aprender mais nada, eu tiro até por mim mesma, pois no começo eu achava: ‘eu não preciso mais’, aí eu voltei a estudar e percebi que é importante a gente ir pra escola, fazer cursos de aprendizado como esse da informática. Eu estou fazendo supletivo do primeiro grau e não vou parar mais”.5
A criação destes correspondentes populares é importante para que os assentados adquiram autonomia e se responsabilizem pela continuidade do trabalho, além de garantir que eles sejam também emissores do processo de comunicação. A atividade de produção de um texto pressupõe uma possibilidade de interação com quem irá ler o que foi produzido. Se o autor redige um texto impositivo, repleto de verdades absolutas, estará impedindo ou, no mínimo, dificultando um virtual diálogo com o leitor. A responsabilidade do autor é muito grande pois esta interação estará sendo mediada somente pelas palavras impressas (ou expressas na tela de um computador) e não por outras manifestações possibilitadas pela interação face a face, como os gestos, o olhar, o ambiente, entre outros.
Um aspecto que este projeto tenta discutir refere-se a participação das comunidades no processo de produção do Jornal da Terra. O modelo de produção comunitária perseguido pelos membros deste Projeto de Extensão é aquele em que os envolvidos sejam tanto produtores como consumidores da informação, entretanto esta proposta ainda não conseguiu ser implementada, pois a definição da pauta e captação geralmente parte das lideranças dos assentamentos. A representatividade destas lideranças realmente não é objeto de discussão dos pesquisadores, afinal quem escolhe as mesmas é a própria comunidade, entretanto o que se observa é que o discurso preponderante destas é o político. A partir de 2001, entretanto, já se pode vislumbrar uma maior participação dos assentados na produção das matérias para o Jornal. Foi criada uma pequena equipe (com cerca de 8 pessoas), que divide as seguintes tarefas: redação das matérias (muitas vezes escritas à mão), digitação das mesmas e editoração eletrônica do Jornal no programa Page Maker. Essa mesma equipe é quem define a pauta do Jornal da Terra, que justamente por contar com outras pessoas para a produção, começou a se diversificar. A perspectiva é começar a trabalhar com algumas editorias que ainda não estão acertadas. Há somente uma coluna fixa, denominada “Produtos da Terra”, que retrata a produção de um agricultor – sempre alterando o Assentamento 1 e 2.
A produção do Jornal da Terra On line está ainda em fase de experiência, mas já é possível verificar alguns resultados interessantes. O primeiro deles é que a os assentamentos começam a ganhar uma visibilidade maior perante alguns setores sociais de Sumaré. Duas estudantes do Assentamento I , em uma das reuniões de pauta, informaram que vários professores de suas escolas têm acessado o Jornal da Terra On line. Outro assentado também informou que passou por mecânico, que tem computador em sua oficina, e pediu para ver o site, ficando assim entusiasmado em poder “ver” as notícias de seu assentamento nas telas de um computador. Mais uma evidência social: o padre de uma das paróquias do município reservou um espaço no site da Igreja para o Jornal da Terra On line.
A polifonia está presente em qualquer agrupamento social e a proposta deste projeto é justamente dar voz a todos os discursos presentes. Quase três anos de convivência puderam indicar a presença de pelo menos dois tipos de discursos: 1) o politizado; e 2) o defensor da qualidade de vida. O primeiro tipo está intimamente associado às lideranças locais, o segundo é oriundo daqueles que buscam melhorias na qualidade de vida tentando associar estas ao ingresso dos filhos na escola, à saúde, entre outros. O Jornal da Terra e o Jornal da Terra On line querem tentar alcançar um caráter polissêmico, em que, senão a totalidade, pelo menos a maioria dos discursos existentes nos assentamentos garanta seu “espaço” nestes meios de comunicação.
A sociedade da informação demonstra que o acesso ao que está ocorrendo no mundo é rápido e dinâmico, entretanto a experiência genuína, seja local ou global, deixa de ser emitida ou recebida em estado bruto, recebendo, por intermédio dos meios, determinados tratamentos de forma e de conteúdo. Como afirma Walter Benjamin:
“Cada manhã nos ensina sobre as atualidades do globo terrestre. E, no entanto, somos pobres em histórias notáveis. Como se dá isso? Isso se dá porque mais nenhum evento nos chega sem estar impregnado de explicações. Em outras palavras: quase nada mais do que acontece beneficia o relato, quase tudo beneficia a informação”.6
Em uma sociedade de informação e não de comunicação, um meio de comunicação diferenciado pode representar um “espaço” de agrupamento de idéias e de solidariedade entre indivíduos de uma determinada comunidade. A “informação”, quando é veiculada de maneira mais direta – sem passar por inúmeros intermediários – adquire uma dimensão social que quase não é verificada nos meios de comunicação de massa. Alguns desses novos meios podem ser elementos propagadores de um novo processo sócio-cultural, como uma forma de exercício da cidadania, de um novo falar, sincero, de um “olhar” digno e direto sobre o outro. A comunicação comunitária e/ou popular podem então passar a irradiar novos ritmos e, por intermédio dessa polirritmia contribuir para a felicidade do ser humano.
Reduzindo o preconceito
O Assentamento de Sumaré localiza-se próximo ao município, revelando uma característica peculiar, pois o rural convive com o urbano. Com o objetivo de aproximar ainda mais os trabalhadores rurais da população do município, foi publicada e distribuída uma revista, também patrocinada pelo projeto, com uma tiragem de 7 mil exemplares, contando a história dos assentados. César Lourenço da Silva, hoje com 27 anos, acompanhou a ocupação e cresceu sentindo na pele as dificuldades do Assentamento.
“A resistência em nosso município era muito grande. Quando eu era pequeno eu sentia um preconceito das pessoas da cidade, e hoje há mais diálogo. Acho que a gente teve várias conquistas e a gente continua lutando por esse espaço na política, vem melhorando a relação com a comunidade local. A própria publicação da revista e as parcerias que a gente desenvolve com universidades, com ONGs, vem mostrar o ideal que a gente tem, que é de fazer a reforma agrária no país, e mostrar um pouco daquilo que a gente desenvolve no Assentamento dizendo que a reforma agrária dá certo e esses canais ajudam a mostrar isso. A revista distribuiu um pouco da nossa vida. Muitas pessoas de Sumaré pensavam que acampamento e assentamento era mesma coisa. Acho que tirando essas dúvidas, só tende a clarear mais ainda o que é reforma agrária”.7
A implementação desse projeto estimula os mais antigos lutadores do Assentamento, como João Calixto da Silva. Ele fala empolgado sobre a presença da informática:
“Nós recebemos muitas visitas de estrangeiros e eu disse pra eles que logo eu estaria falando com eles pela Internet, pois mesmo sem ter estudo a gente quer interagir com a sociedade. A gente tem que entender o mistério da Internet. Eu digo que uma parte da juventude está percebendo que vai ter que mudar, vai ter que guardar o medo em casa e falar mesmo, ser um cidadão brasileiro. Nossa juventude tem que falar mais, tem que dar respostas. Por exemplo, no Assentamento hoje quem vai dar a resposta são os meus filhos, são os filhos dos outros que podem entrar na Internet, que vão estar trabalhando na terra e estar negociando seu produto pela Internet, vão estar dando a resposta para essa sociedade negativa que tem aí, que diz que reforma agrária não presta, mas nós vamos dar a resposta dizendo: presta sim! Precisa só de investimento”.8
Os esforços da comunidade não têm uma contrapartida governamental, pois mesmo organizados em uma cooperativa eles não recebem o crédito rural, que acaba privilegiando os grandes latifundiários, como revelam os dados divulgados recentemente por técnicos do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Os agricultores familiares receberam apenas 25,8% das verbas do crédito rural enquanto os grandes proprietários obtiveram 74,2% do total de financiamentos. A pesquisa ainda mostrou que os pequenos agricultores e suas famílias produziram R$ 104 por hectare, já a agricultura empresarial conseguiu produzir apenas R$ 44 por hectare. Mais uma distorção num país rico de injustiças.
A falta de verbas não é motivo para desânimo. A cooperativa, fundada em 87, surge justamente para tentar viabilizar projetos que permitam o escoamento da produção, atualmente, o maior problema dos assentados. O curso de computação estimulou inclusive a construção da sede da entidade, que estava nos planos há algum tempo. Era necessário instalar o computador em um local adequado, então juntou-se esta necessidade à outra tão importante que seria um espaço de aulas e de organização do assentamento. As oficinas de redação também devem ajudar na produção de projetos que possam implementar propostas que melhorem a qualidade de vida dos assentados. Hilário Afonso da Silva, jovem liderança do assentamento, conta:
“O curso de informática repercute na cidade, pois muitas pessoas chegam a dizer que os assentados estão muito evoluídos, afinal estão entrando na era da informática, montaram até uma página na Internet. A nossa idéia é de que o site poderá receber propostas de compra e venda, estabelecer contatos; vai facilitar tanto nas questões sociais quanto na questão econômica, que seria a comercialização e a divulgação dos produtos que tem no assentamento. Internet é um veículo muito rápido para comunicação, para resolver inúmeros problemas, são possibilidades infinitas”.9
Até o momento, a produção do Jornal da Terra – com periodicidade mensal – e o Jornal da Terra on line, tem contribuído para a comunicação entre os assentados e também entre estes e a sociedade local. Perspectivas e possibilidades são inúmeras, entretanto os assentados ainda não conseguiram uma linha telefônica que possa plugar efetivamente essa comunidade à rede mundial de computadores. A expectativa é de que isso ocorra o mais rápido possível para que sejam transformadas em atos as possibilidades que passam pela melhoria na produção da agricultura – com informações climáticas, por exemplo, pela comercialização, pela troca de experiências entre pequenos agricultores e ainda, pela prática da solidariedade entre grupos espalhados pelo mundo, em particular, pelo Brasil, um país que tem uma das maiores concentrações de renda e de terra do planeta.
Notas Bibliográficas
- MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos Meios às Mediações – Comunicação, Cultura e Hegemonia, p. 285.
- HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos, p. 22.
- GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade, p. 30.
- MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos Meios às Mediações – Comunicação, Cultura e Hegemonia, p. 115.
- Entrevista a Marta Regina Maia em 13 de fevereiro de 2000.
- Benjamin, Walter. Obras Escolhidas II, p.276.
- Entrevista a Marta Regina Maia em 13 de fevereiro de 2000.
- Entrevista concedida a Marta Regina Maia em 6 de fevereiro de 2000.
- Entrevista a Marta Regina Maia em 13 de fevereiro de 2000.
Referências Bibliográficas
- MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos Meios às Mediações – Comunicação, Cultura e Hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
- BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas II. São Paulo: Brasiliense, 2ª ed., 1987.
- BASSETS, Lhuís (ed.). De las ondas rojas a las radios libres. México: Editorial Gili, 1981.
- BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a História. São Paulo:Editora Perspectiva, 1992.
- GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
- GOMES, Pedro Gilberto. O jornalismo alternativo no projeto popular. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.
- MACHADO, Arlindo et al. Rádios Livres – a reforma agrária no ar. 2ª edição, São Paulo: Brasiliense, 1987.
- MAIA, Marta Regina. A possibilidade da contra-informação na sociedade capitalista – análise de caso da Rádio Livre Paulicéia. Dissertação de mestrado. Programa de Filosofia da Educação da Universidade Metodista de Piracicaba, 1993.
- ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1996.
- SOARES, Ismar de Oliveira. Sociedade da Informação ou da Comunicação?. São Paulo: Editora Cidade Nova, 1996.
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